Histórias de avós viram documentário com exibição no Sesc Ipiranga

Em um palco duas mulheres e um homem sentados em banco seguram microfones

Imagine as histórias de seus avós virando um filme. Com direito a banhos de balde, estradas de terra, mato e leiteiros que ainda passavam de carroça. A construção da Anchieta, o “Cata Caipira”, bondes, rios, clubes e todos os momentos da infância e juventude são o fio narrativo do documentário Resgates, exibido na última terça-feira (19), no Sesc Ipiranga, região sul de São Paulo, com entrada gratuita.

Com direção de Denise Szabo, produção de Elsa Villon (mais novo reforço da Espiral, na área de Conteúdo) e Felipe Ferreira, o projeto independente traça um paralelo entre a infância e juventude desses avós, que cresceram em quintais de piso de caquinhos, lajotas avermelhadas, jardins floridos e portas da sala que davam direto para a rua, e o desenvolvimento urbano. Entre cartas amareladas, fotos em preto e branco e olhares de nostalgia, passado e presente constroem 50 minutos de história até os dias de hoje, contadas por quem a viveu.

Os bairros do Ipiranga, Sacomã e Heliópolis são os cenários do filme, que aborda as transformações dos últimos 60 anos na cidade de São Paulo. Realizado com apoio do Programa Vai, da Prefeitura Municipal de São Paulo, o roteiro surgiu graças às ricas histórias das avós de Denise, moradoras do ABC Paulista, que contavam como eram as vilas de São Caetano do Sul ao se mudarem para a cidade. Uma era migrante nordestina; a outra, imigrante europeia, mas as duas viveram o período de busca por empregos nas fábricas da região, com a promessa de uma vida melhor. O filme foi adaptado aos bairros da região sul da cidade de São Paulo e traça o resgate histórico contado por quem vivenciou essas transformações.

Lançado em dezembro de 2014,  a obra reúne não somente cenas cotidianas contemporâneas, mas também material do acervo da Cinemateca Brasileira e outras instituições culturais de São Paulo, assim como documentos e registros dos próprios entrevistados.

Por meio de parcerias com espaços públicos e o apoio do estúdio E29, também do Heliópolis, essa foi a primeira exibição do documentário aberta ao público de 2016. Para mais informações, acesse página do documentário no Facebook.