Parece impensável que uma marca incentive os consumidores a comprarem menos, não é? Mais impensável ainda é que essa marca gere US$ 400 milhões em receita a cada ano!
Foi exatamente isso que faz a varejista Patagonia, fabricante de alguns dos melhores e mais caros equipamentos para o ar livre do mundo. Remando contra a maré, na última Black Friday, enquanto as lojas usavam estratégias para aumentar o volume de vendas, a marca fez o inverso, encorajando os consumidores a comprarem menos.
A empresa alega que projeta e vende produtos feitos para durar e serem úteis, mas pede que os consumidores não comprem aquilo que não precisam ou não podem usar. “Tudo o que nós fazemos – tudo o que todos fazem – custa mais ao planeta do que ele nos dá de volta”, afirma a empresa.
A estratégia vai ao encontro da missão da fabricante: “Construir o melhor produto, não causar nenhum dano desnecessário, usar o negócio para inspirar e implementar soluções para a crise ambiental”. O posicionamento e filosofia da marca são frutos da mente de seu criador, o surfista, alpinista e ambientalista Yvon Chouinard. O empresário defende o conceito de slow company, onde o processo industrial deve ser alinhado ao ambiental.
Além de desencorajar o consumismo, a Patagonia só utiliza algodão orgânico para a fabricação de seus produtos. Segundo Chouinard, ele não conseguiria dormir durante a noite sabendo que seus produtos utilizam um material prejudicial ao meio ambiente, com agrotóxicos e técnicas ineficazes de preservação da saúde dos trabalhadores do campo.
Veja o vídeo que a marca produziu para ser exibido em 15 lojas na última Black Friday: