Mídias Sociais: o que as Olimpíadas de Londres podem ensinar…

As Olimpíadas de Londres acabaram. Porém, além dos esportes, das medalhas, da superação e da organização, um assunto ganhou destaque (em muitos casos, mais até do que os próprios atletas): as mídias sociais. Nunca se viu tantas pessoas circulando pelas áreas das competições munidas de um smartphone na mão, registrando e publicando tudo o que acontecia em tempo real. Isso não siginifica que, em Pequim (2008) e em Atenas (2004), isso já não tivesse acontecido, mas, neste ano, esse fato alcançou muito mais importância.

Alguns dados impressionam e comprovam esta tese. Segundo dados oferecidos pela empresa Mass Relevance, foram publicadas, no Twitter, quase 44 milhões de mensagens com a temática olímpica. O microblog bateu duas vezes seu recorde de mensagens, ambas com Usain Bolt como protagonista: uma após a final de 100 metros e a outra depois que o jamaicano triunfou na prova dos 200 metros. Outro número que impressiona: 930 mil novos seguidores foi o que o americano Michael Phelps conquistou durante os jogos olímpicos.

O que dizer desses fatos

Em Londres, durante as provas de rua do ciclismo, houve sobrecarga nas redes de telefonia, o que fez com que a organização admitisse problemas para obter, via GPS, as informações de posicionamento dos atletas. Motivo: uso excessivo de smartphones.

Aqui no Brasil, um tuíte ofensivo acabou em um pedido de investigação do ministro do Esporte, Aldo Rebello, à Polícia Federal. Rafaela Silva, do judô, era favorita a uma medalha, mas foi eliminada após usar um golpe proibido. No mesmo dia, a esportista respondeu a uma crítica em seu perfil no Twitter: “Vai se ***, filha da ***, perdi sim, sou humana como todos, errei e sei que tenho capacidade de chegar e conquistar uma vaga pra 2016”. O episódio rendeu um pedido de desculpas.

Dias depois, Rosicleia Campos, técnica da seleção feminina, esclareceu a resposta inflamada. “Chamaram ela de macaca, que tinha de estar na jaula, que ela era uma vergonha e devia voltar rastejando para o Brasil. Não estou justificando, mas explicando. Ela acabou de sair de uma eliminação difícil, em que ela era cotada para a medalha, vai à internet falar com as pessoas que estão torcendo por ela e lê ofensas desse tipo? Quem devia ir para a jaula é quem falou isso. Nem eu estou preparada para lidar com algo nesse nível”.

Outros dois casos bastante graves envolveram uma saltadora grega e um jogador de futebol suíço. Os dois foram expulsos dos Jogos Olímpicos após posts racistas em seus perfis. Uma delas foi a grega Voula Paraskevi Papachristou; o segundo foi o zagueiro Michel Morganella, da seleção sub-23 de futebol da Suíça.

Para as Olimpíadas que serão realizadas no Rio de Janeiro, em 2016, fica a lição: os organizadores também devem se preocupar com a forma de melhor aproveitar as redes sociais, para impulsionar e valorizar ainda mais os próximos jogos olímpicos. Certamente, o segredo não está em como conter a utilização, mas sim pensar em estratégias para usá-las de forma positiva.

Fontes: UOL e Veja