Sobre trabalhar com causas e se colocar no lugar do outro

Foto de uma lâmpada com uma flor dentro

Por Elza Maria Albuquerque*

Trabalhar com causas faz parte da minha vida desde muito cedo.

Cresci fazendo trabalho voluntário com minha mãe e isso contribuiu bastante para as minhas escolhas profissionais, inclusive o fato de trabalhar na Espiral Interativa há seis anos.

Conheci e convivi com diversas realidades. Quando pequena, visitava comunidades com dificuldades de todos os tipos; convivi com crianças com deficiência quando minha mãe trabalhou na APAE como professora; colaborei voluntariamente com campanhas do quilo de porta a porta nos bairros de Cabo Frio – cidade em que morava. E, com essas e outras vivências, aprendi que podemos, mesmo com ações pequenas, mudar e melhorar a vida do próximo.

Antes de entrar para a faculdade, pensei: o que poderei fazer como profissão que poderá realmente impactar o mundo positivamente? Foi assim, resumidamente, que escolhi o jornalismo para a minha vida. Logo acreditei e vi o grande poder da comunicação que pode acabar com conflitos, mostrar possibilidades e caminhos para seguirmos, entre os milhares de benefícios que a comunicação do bem pode trazer para as nossas vidas. Acreditei – e acredito até hoje – que podemos fazer maravilhas por meio de uma comunicação bem-feita e, principalmente, ajudar as pessoas que enfrentam condições desafiadoras.

Isso não poderia ser diferente na faculdade. Trabalhei voluntariamente para um projeto lindo chamado UNICOM, que atuava na Rocinha. E um dos grandes presentes que tive foi a chance de ter aulas de Jornalismo Ambiental com o jornalista André Trigueiro. Conheci a palavra sustentabilidade, que chega quebrando crenças e abrindo a visão para um mundo sustentável, mais inclusivo e mais justo.

A faculdade acabou, os trabalhos no Rio de Janeiro também e vim para São Paulo. Em 2010, como repórter de campanha da deputada Mara Gabrilli, conheci a bandeira da acessibilidade. Diretamente fiz a ligação com a sustentabilidade. Comecei a acreditar que um mundo sustentável precisa ser acessível. Uma coisa está atrelada à outra.

Nessa época, fiquei ainda mais impactada quando conheci o termo acessibilidade digital. Como assim a maioria das pessoas não conhecia essa expressão tão necessária para o mundo? Minha inquietação só aumentou com o tempo. Em junho de 2012, a inquietação foi acolhida com aprendizado quando vim trabalhar na Espiral Interativa. Imagine a minha alegria em trabalhar em uma agência que trabalha com empresas e organizações que querem cuidar do mundo! E o mais incrível disso tudo foi saber a bandeira da agência: a acessibilidade digital.

Essa alegria foi potencializada ainda mais quando veio o convite para cuidar da comunicação do Movimento Web para Todos, iniciativa com foco em tornar todos os sites acessíveis para pessoas com e sem deficiência. Veio a alegria, a vontade de transformar e o conhecimento do grande desafio de colaborar para uma comunicação acessível a todos. E que desafio maravilhoso! Que venha a parte prática, não é?

A expressão “acessibilidade digital” ainda é pouco conhecida, principalmente pelas empresas que desenvolvem sites. Para quem ainda não sabe, acessibilidade digital é uma série de recursos que possibilita a navegação, a compreensão e a interação de qualquer pessoa na web (independentemente de suas dificuldades), sem ajuda de ninguém. Em outras palavras: uma internet acessível pra todo mundo!

Os usuários das redes sociais precisam também aprender sobre o tema. Quantas vezes você visualiza textos que não consegue entender o conteúdo? Isso é um dos problemas de acessibilidade mais frequentes.

O convite aqui é para que a gente se coloque no lugar do outro. Colocar as diretrizes de acessibilidade em prática é responsabilidade de todos nós – dentro e fora das empresas. E me sinto grata pela oportunidade de fazer parte de tudo isso.

Seguem alguns conteúdos para que você possa aprender mais sobre acessibilidade digital:

– Conheça boas práticas de acessibilidade digital para publicadores de conteúdo

– Como saber se um site está acessível?

Dicas para verificar a acessibilidade da sua página web

*Elza Maria Albuquerque é analista de comunicação sênior da Espiral Interativa.