Por Marco Petucco*
Desde muito pequeno, fui uma pessoa musical. Meu brinquedo preferido era um tecladinho para crianças, que depois foi trocado por um teclado um pouco maior, depois um violão. Com o violão, veio o gosto por cantar, acompanhado de batidas e acordes, e, já com cerca de 14 anos, não parei mais.
Aos 17, em meio a tantas opções, decidi que seria jornalista. Sempre levei jeito para redação e com língua portuguesa, não queria trabalhar com exatas (embora tivesse facilidade), então optei por este caminho.
Hoje, considero que tenho duas profissões: jornalista e cantor. Ambas, de certa forma, ligadas à comunicação. E em ambas eu desafio a timidez para me expor – seja por meio de textos e atendendo clientes, seja com minha voz, no palco, e como centro das atenções e julgamentos (bons ou maus) do público.
Os 13 anos com o Vivalma – para quem não conhece, minha banda – me trouxeram muita bagagem para meu emprego formal: trabalho em equipe, empatia, reuniões de negócio, planejamento, empreendedorismo, gestão de conflitos, equilíbrio emocional, lidar com expectativa e frustração, disciplina, autonomia para organizar prioridades e filas de trabalho, ser o único responsável pelo meu próprio desenvolvimento… A lista é quase infinita.
A vida dá voltas. Hoje, sou um dos gestores de projetos da Espiral, quase não escrevo mais textos e até trabalho um pouco com exatas! Mas os paralelos continuam: assim como, para um cantor, saber ouvir é tão importante quanto soltar a voz, escutar o que têm a dizer as equipes, para que encontremos os caminhos juntos, é parte importante do meu trabalho.
Penso que todas as pessoas deveriam procurar (e encontrar) alguma atividade que ama fora do trabalho formal, tanto como “válvula de escape” como para desenvolver habilidades para a vida profissional. Música, arte, esporte, dança. As possibilidades são inúmeras, e os benefícios também.
*Marco Petucco é gestor de projetos na Espiral Interativa e lead singer do Vivalma.