No trabalho de um editor, uma letra faz a diferença

Sou jornalista há um tempinho…

Já escrevi sobre trocentos assuntos, mas sempre me encantei pelos temas que podem ajudar e inspirar aqueles que estão do outro lado. Talvez por isso, eu tenha escolhido (ou sido escolhido) trabalhar para o Terceiro Setor e causas sociais. Mas confesso que é um parto até hoje entrevistar alguém incrível, que te faz sonhar e refletir, e fazer caber tudo o que essa pessoa disse dentro de uma quantidade certa de caracteres.

Vivo uma paixão momentânea e não quero perder um suspiro!

Em diversas oportunidades, pude contar com editores fofos que me ajudavam a cortar palavras, frases e trechos com menos importância para determinada matéria. Confesso também que, no início da carreira, dá um certo incômodo ver alguém tesourando seu texto.

Com o passar do tempo, você se acostuma. Mais que isso, você aprende a gostar (não sempre – risos) das correções porque elas podem te ajudar a crescer.

Então, considero essa uma tarefa muito importante de um editor de conteúdos jornalísticos.

Outra atividade muito especial desse trabalho é, como já ouvi dizerem, lapidar o texto. Isso significa pegar o conteúdo do repórter, cortar o que não é relevante para o entendimento, trocar palavras repetidas, conferir dados e informações, fazer correções e adaptações para que o material fique mais coerente, nítido e interessante. Quando faz isso, o editor também deve analisar se está em adequação com a pauta proposta e também se está em conformidade com as características do veículo onde será publicado.

Além disso, o editor deve ser responsável por acompanhar todo o processo de produção e publicação do conteúdo, e garantir a qualidade final, incluindo a escolha das imagens e legendas. Isso inclui estar por dentro da pauta (ou briefing), definir ou acompanhar estratégias e cronogramas e sempre dialogar com o produtor do material.

Ah! Já ia me esquecendo dos títulos e linhas finas… Ô tarefa complicada, viu! É preciso ter o poder da síntese e dizer em poucas letras (uma letra faz muita diferença) o que há de mais importante naquele conteúdo. E isso tem que ser feito de forma que cause vontade de continuar lendo, vendo ou ouvindo o material.

É isso! Na função de um editor, o detalhe – mesmo que seja uma letra – faz a diferença.

*Daniel Limas é jornalista e editor na Espiral Interativa