Em entrevista recente para a Folha de S. Paulo, o jornalista Bill Keller, que, em março, liderou a construção do polêmico “muro de cobrança” (paywall) do The New York Times (NYT), afirmou que o “mito” de que tudo na internet era gratuito e que as pessoas não pagariam por nada, que a informação em todos os seus formatos seria livre, chegou ao fim.
O jornalista afirma que o mais discutível discutido modelo de negócios para mídia em 2011 “está funcionando tão bem quanto [nós do NYT] esperávamos, ou melhor”. Até outubro, o jornal computava 324 mil assinantes digitais e, segundo ele, em cinco anos, o número de assinantes digitais deve superar o da versão impressa.
Para Keller, o jornalismo de serviço público exige muito tempo e investigação, além de advogados ao seu lado. “Jornalismo que exige ir a lugares longínquos e perigosos não estará disponível gratuitamente. Jornalismo muito local, aquele tipo realmente importante de jornalismo sobre o que está acontecendo na sua vizinhança, ou na capital do seu Estado, esse tipo de coisa ninguém está fazendo gratuitamente”, afirmou.
Para quem não está familiarizado, o paywall funciona da seguinte forma: o NYT permite ao internauta acesso a 20 textos do jornal por mês (nesta conta, não entram a homepage e links gerados nas redes sociais). A partir daí, o jornal oferece pacotes – que também envolvem as plataformas de tablets e celulares – a partir de US$ 15 mensais.
Para Keller, é natural que as notícias sigam o caminho da cobrança, da mesma forma que aconteceu com os mp3 após o iTunes. E você, o que acha?
Fonte: Folha Online