Inclusão digital para pessoas com deficiência auditiva

Hugo, avatar do programa Hand Talk - Mãos que Falam. Foto: Reprodução / Site Hand Talk

Mais uma vitória para a inclusão das pessoas com deficiência com uma força da tecnologia!

Recentemente, o Programa Hand Talk – Mãos que Falam, idealizado por três alagoanos empreendedores – os sócios Ronaldo Tenório, Carlos Wanderlan e Thadeu Luz – recebeu um importante prêmio internacional, o World Summit Award Mobile (WSA-Mobile), e ficou como um dos cinco melhores aplicativos do mundo na categoria Inclusão Social. Organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e parceiros, o evento aconteceu em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Graças ao programa, pessoas com deficiência auditiva que não entendem bem português ou são analfabetas poderão interagir e entender mais o mundo digital.

Como a maioria dos surdos não consegue ler nem escrever corretamente o português e depende exclusivamente da Libras para se comunicar, o Mãos que Falam é uma ferramenta digital que transforma textos, imagens e arquivos em sinais para pessoas com deficiência auditiva. O aplicativo tem como avatar o Hugo, personagem que funciona como interface para traduzir conteúdos digitais na Língua Brasileira de Sinais.

O software reconhece as palavras de uma mensagem de texto, por exemplo, e o personagem Hugo interpreta o significado em Libras. O caminho inverso – a possibilidade de responder em Libras que seriam convertidas em texto – faz parte dos planos para uma segunda etapa do projeto. Os cuidados agora estão em aperfeiçoar os códigos que funcionam como “cérebro” do avatar: quanto mais ele for usado, mais precisas as traduções se tornam.

A previsão é que o software poderá ser baixado em smartphones com diferentes sistemas operacionais no segundo semestre deste ano. Atualmente, a empresa comercializa licenças da versão web do programa, que pode ser instalada em qualquer site para torná-lo acessível a quem depende dos sinais. As licenças são comercializadas, mas o usuário final não paga pelo serviço.

Atualmente, Hugo não entende outras línguas, mas pode aprendê-las futuramente. A sutileza no conjunto de gestos usados em cada país dificulta o trabalho, mas a empresa conta com consultores especiais: cinco surdos participam da equipe de desenvolvimento e associações de pessoas com deficiência auditiva de todo o País contribuem nos ajustes do personagem. Uma informação importante nesse processo é que, pelo fato de existirem diferenças nos sinais de uma região para outra, a equipe de desenvolvedores tem um cuidado especial em deixar o programa capaz de funcionar bem em todo o País.

Não é incrível?

Informações para a matéria: DW (Ivana Ebel)